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KEYNOTE SPEAKERS

Tim Ingold nasceu em 1948. Formou-se em Antropologia Social na Universidade de Cambridge em 1970 e doutorou-se em 1976, baseado em trabalho de campo etnográfico (1971-72) entre os Skolt Saami do Nordeste da Finlândia. A sua carreira universitária em Antropologia Social decorreu durante muitos anos na Universidade de Manchester. Nela,  continuou as suas pesquisas sobre os povos circumpolares do Norte da Europa. Tais pesquisas incidiram sobre populações que são basicamente caçadores-pastores de renas, recolectores e pequenos agricultores. Esse trabalho levou-o a um interesse muito mais amplo sobre as relações entre o homem e o animal, a natureza e a cultura. Tal âmbito não deixaria nunca de alargar-se, abrangendo problemas da evolução humana,  da relação entre a linguagem e a tecnologia, da arte, da ecologia, da psicologia, etc., etc. 

 

A originalidade e estrutura filosófica do seu pensamento impuseram-se definitivamente com a publicação da obra 'The Perception of the Environment' (2000), uma recolha de ensaios escritos durante a década anterior, e que marcaram uma mudança profunda na Antropologia.

 

Ingold obteve a cátedra na Universidade de Manchester, em 1990, e em 1995 tornou-se Max Gluckman Professor de Antropologia Social. Foi o director da revista 'Man' (o Journal of the Royal Anthropological Institute) de 1990 a 1992, e editou a monumental 'Companion Encyclopedia of Anthropology', publicada em 1994. Em 1988, fundou o Grupo de Debates em Teoria Antropológica e editou em volume os seis primeiros debates anuais ('Key Debates in Anthropology', 1996).

 

Em 1999, Tim Ingold mudou-se para assumir a recém-criada cátedra de antropologia social da Universidade de Aberdeen, onde desempenhou um papel fundamental na criação do mais recente Departamento de Antropologia do Reino Unido, em 2002. Três temas foram eixos da sua investigação, entre 2005 e 2008: a dinâmica do movimento pedestre, a criatividade da prática e a linearidade da escrita. Questões alvo do projeto intitulado "Explorações na antropologia comparativa da linha". Partindo da premissa de que tanto o caminhar, como o observar e o escrever  têm em comum o seguirem “linhas” de um tipo qualquer, o projeto conseguiu uma nova abordagem para entender a relação, na vida social humana e experiência, entre movimento, conhecimento e descrição. Ao mesmo tempo, e complementando esse estudo, Ingold tem pesquisado e ensinado as conexões entre a antropologia, a arqueologia, a arte e a arquitetura (os seus já famosos "4 As"), concebidas como formas de estudar as relações entre os seres humanos e os ambientes em que habitam. Trata-se de uma abordagem radicalmente diferente das antropologias e arqueologias convencionais da arte e da arquitetura, que tratam as obras de arte e os edifícios como se fossem meramente objetos de análise. Ao contrário, Ingold tem procurado modos de unir os 4 As ao nível de prática, como formas que interagem profundamente no nosso envolvimento com o meio.

 

A enorme riqueza do trabalho produzido e sempre em surpreendente desenvolvimento fazem do autor, hoje, na altura da sua aposentação, uma das figuras mais importantes das ciências sociais e humanas, ao nível mundial, presente em inúmeros eventos científicos que vão muito para além da Antropologia como disciplina.

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Consulte mais dados aqui: https://www.abdn.ac.uk/socsci/people/profiles/tim.ingold

TIM INGOLD

Universidade da Aberdeen, Escócia

Tim Ingold copia

KAPIL RAJ

EHSS, Paris

Kapil Raj nasceu em 1949, em Amritsar, Índia. Inicia a sua formação em Matemática, na Universidade de Deli (1966-1970). Na mesma instituição prossegue os estudos em Filosofia, onde obtêm o grau de mestre, em 1975. Doutorou-se em 1983, na Universidade de Paris 1, em História e Filosofia da Ciência, com a tese “A noção de “ciência” em Habermas e Kuhn”. Atualmente é Directeur d’Études na École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris).

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O percurso pessoal e a formação académica de Kapil Raj refletem-se na investigação que desenvolve, ao cruzar as áreas das ciências naturais e das ciências sociais, no domínio concreto da produção e circulação de conhecimento. Tem-se dedicado sobretudo ao estudo da circulação de conhecimento num mundo globalizado (séculos XVI a XX) e à história das ciências na Índia Moderna e Contemporânea, mas os seus temas de pesquisa abarcam áreas diversas, como a história natural, a geografia, a etnologia, a estatística e a linguística. Kapil Raj foca também a sua investigação nos saberes e práticas administrativas, bem como em temas como o urbanismo, o cosmopolitismo e os impérios.

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Em “Relocating Modern Science” (1ª edição em 2006), Kapil Raj critica o modelo difusionista assente na origem da ciência moderna no mundo Ocidental, analisando, em novos moldes, a criação, transmissão e circulação de saberes entre a Ásia e a Europa. Nesta obra, o autor sublinha a importância da circulação e da interação culturais na emergência das ciências, abrindo novas perspetivas sobre a construção policentrada dos saberes e do saber-fazer e a sua apropriação consoante os locais.

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Kapil Raj foi professor/investigador convidado em numerosas instituições internacionais, entre as quais se destacam as mais recentes colaborações na Universidade de Uppsala (2008 e 2011), na Universidade de Chicago (2010) e no Museu de História Natural em Londres (2011). O seu livro “Relocating Modern Science” foi em 2016 traduzido e editado no Japão, comprovando a importância de Kapil Raj no contexto internacional. Os seus estudos vêm definitivamente descentrar a análise da produção de conhecimento, que passa a ser entendido como resultado de processos dialógicos e híbridos, decorrentes de práticas co-construtivas e de dinâmicas de circulação, à escala mundial.

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Consulte outros dados aqui: http://koyre.ehess.fr/index.php?201

Kapil Raj copia
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