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Qual a relação entre fazer, aprender, transmitir, construir, criar, memorizar/ memorializar, e, em geral, compreender, quando essas atividades são colocadas em relação umas com as outras, e todas com a ação humana em geral, imersa no mundo?

Que aprendemos, sobre os “modos de fazer” e a sua repercussão ao nível do sujeito individual ou do coletivo social quando, em vez de os considerarmos estanques, os articulamos uns com os outros? 

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Estas são questões fundamentais que orientarão o Colóquio Internacional “Modos de Fazer”. Como?...

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Vejamos...

Na tradição ocidental “fazer” significa impor uma forma, ou um projeto pré-concebido, a uma matéria-prima, considerada inerte. É o que por exemplo o antropólogo britânico Tim Ingold (Universidade de Aberdeen, Escócia), entre outros, designa modelo “hilemórfico”. De facto, para Aristóteles, todas as coisas resultavam da junção da matéria (hilé) e da forma (morphé). E é nessa linha de pensamento que ainda hoje maioritariamente nos encontramos.

Mas é possível encarar as coisas de outro modo, e tentar perceber mais de perto como se dá, desde que existimos, a relação do ser humano com os materiais e os recursos dos ecossistemas que o envolvem.

Aprender com quem sabe e na prática, observar, ouvir e manusear, experienciar texturas e identificar odores, analisar características intrínsecas e antever resultados de interações, torna-se um processo longo de capacitação, de apuramento dos sentidos e do gesto, de conhecimento dos materiais, das técnicas e das circunstâncias.

Desta interação, eventual ou repetida, resultam processos de aprendizagem e construção de conhecimento. O uso do “saber-fazer” para “fazer saber”, em íntima relação com o mundo a que pertencemos, e que constantemente nos faz, como nós permanentemente o fazemos, transforma esta interação numa cadeia reprodutiva de produção e aplicação de conhecimento.

PROBLEMÁTICAS

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